terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Esperança de Rodric

Quando descobrira a direção exata de onde viera o som, Rodric ouviu uma voz, era de um homem sem sombra de dúvida, a voz era grave e possuía um estranho fervor, muito diferente da que acreditava ter ouvido, algo mais parecido ao som de um bebe, as direções eram opostas, no entanto o guerreiro percebia uma relação entre o homem e o bebe. Quando se aproximou ainda mais da voz, conseguiu ver que o homem estava ajoelhado e com as mãos elevadas aos céus, Rodric olhava com os olhos esbugalhados como se estivesse em um transe, acompanhou as ultimas palavras do homem, durante o tempo em que havia estado como cativo havia se esquecido daquelas palavras, após terminada a oração o sacerdote se levantou olhou para os lados como que tentando lembrar do caminho correto e partiu em disparada, aquele movimento brusco, fez com que Rodric saísse de seu devaneio e seguisse o homem, para evitar ser descoberto Rodric tratou de sincronizar seus passos com o homem da frente, o que não era difícil, pois o que deveria ser uma corrida desenfreada e alucinante para o homem era apenas uma marcha acelerada para o guerreiro. Durante o curto trajeto Rodric quase fora traído por um escorregão, mas além da distância o homem deveria estar surdo em meio a corrida histérica, o fim da histeria veio com uma parada brusca, o guerreiro mais atento após o escorregão manteve distância. Se na ida a corrida insana do homem ditou o ritmo, a volta foi o oposto. O homem carregava uma trouxa que havia pegado no clarão de uma arvore, havia um cuidado especial com os seus movimentos era como se levasse algo vivo, esse pensamento fez com que as suspeitas do guerreiro se confirmassem ainda mais. A caminhada lenta do homem fez com que Rodric ficasse cada vez mais distante, a noite estava silenciosa e o outono fazia com que o bosque fosse um inimigo implacável. Rodric se esforçava em não perder o homem de vista, mas desta vez o homem estava atento aos ruídos e sons da noite, por duas vezes se virou sentindo que algo o estava seguindo e por duas vezes Rodric achou que o tinha descoberto, mas como que por magia o homem não o vira, talvez fosse velho e tivesse os olhos cansados, mas por precaução manteve-se mais distante. Em determinado ponto Rodric achou que o tinha perdido de vista, estava no fim do bosque e o homem já deveria estar fora dele a algum tempo., começou a entrar um certo desespero ele não sabia o porque do vazio que sentia, era como se a presença do homem e a esperança do que ele levava consigo fossem uma parte vital dele, começara a se amaldiçoar quando uma luz o atingiu, não conseguira esconder sua alegria e satisfação, correu até o limite do bosque e descobriu que a menos de 100 metros estava a casa do homem, olhando com mais cuidado notou que aquela era os fundos de uma igreja, pois podia vislumbrar uma cruz no topo de um construção maior, o homem que seguira deveria ser um padre. Rodric não gostava muito de padres, geralmente todos vinham com a mesma ladainha de que deveriam jogar fora suas espadas e segui-los, seguia a Deus do seu modo, como seu pai o havia lhe ensinado, mas algumas pessoas sempre ouviam e abandonavam tudo e iam atrás desses homens, o ultimo de que tivera noticia fora o seu amigo James Horsieri, que havia se casado e logo depois aceito a palavra dos padres, mas James não teve de deixar seus pertences, Rodric acreditava que era pelo fato de James ter sangue nobre e ter um papel importante no jogo dos tronos, além de ser a ser a maior esperança contra os dracks.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O bosque


O cavalo estava exausto, uma estranha espuma branca saia pelo canto da boca do trôpego animal, o cavaleiro resolvera parar e dar algum descanso a sua montaria, podia sentir o cheiro de água por perto.
Pegara uma trilha que há muito tempo deveria ter sido usada por algum morador para levar os seus animais a alguma área mais longe enquanto a grama que circundava a trilha crescia novamente, pela altura do mato sabia que havia muitos anos que nenhum animal pastava por ali, depois de dar água a seu cavalo continuou andando durante 10 minutos, pensava em seus amigos, guerras, comida e anãs. Ao final da trilha a paisagem se amainava com um lindo bosque, a visão trazia um novo alento para Rodric, tão acostumado a cor cinza tão característica no tempo de exílio, o sol estava se pondo e isso dava um tom dourado a todo o bosque, diante de toda a beleza do lugar O guerreiro vermelho só conseguia pensar em uma coisa.
- O que eu não daria por uma bela porção de carneiro, e por mão pequena chacoalhando entre as minhas pernas, deixou escapar. A visão daquilo o fez estremecer , mas tratou de seguir viagem, o cavalo já parecia estar em melhor estado mas por prevenção resolvera continuar o percurso caminhando , a fome era algo latente e logo a noite chegaria para trazer os seus mistérios, Rodric não conhecia aquela região e aquilo o deixava apreensivo. Sua cabeça girava e seus passos se tornavam menos seguros, foi quando ouviu um som , as lembranças o fizeram acelerar os seus passos, primeiro em um ritmo apressado que foi se modificando e a cada passo mais velocidade ele impunha, o cavalo a principio o acompanhara, mas o rimo do animal era lento e Rodric resolveu largar a correia, não precisaria daquele cavalo cansado se os seus ouvidos não o tivessem enganado, o som ainda persistia cada vez mais forte, sentia que estava chegando, ao cruzar em velocidade por entre as árvores esquecera de sua fome e dores pelo corpo, só queria chegar o mais rápido possível ao choro do bebê.